Lina Bo Bardi: Habitat — conheça a exposição que acontece no MASP

Em 04 de abril de 2019, foi inaugurada, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), a exposição Lina Bo Bardi: Habitat como parte da programação anual que celebra as mulheres e que leva como tema “histórias das mulheres, histórias feministas”.

Lina Bo Bardi: Habitat é uma exposição coorganizada pelo MASP, Museo Jumex (Cidade do México) e o Museum of Contemporary Art Chicago (MCA), que explora a vida, obra e o legado de Lina Bo Bardi, uma das arquitetas mais importantes do mundo. 

Lina Bo Bardi

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Achilina di Enrico Bo nasceu em 1914, em Roma, na Itália, e frequentou a Faculdade de Arquitetura de Roma, onde se formou em 1934. 

Foi para Milão na década de 1940, onde trabalhou com arquitetos, como Giò Ponti, e Carlo Pagani, com quem fundou seu escritório. Na cidade, Lina envolveu-se no projeto de diversas revistas de arquitetura, como Lo Stile nella casa e nell’arredamento (até 1943), e também foi vice-diretora da Domus, ao lado de Pagani, até 1945, quando a revista foi suspensa. Nessa mesma época, em virtude da Segunda Guerra, seu estúdio foi bombardeado e Lina passa a atuar ao lado de intelectuais e arquitetos que eram simpáticos à Resistência.

Participa da fundação do Movimento Studi Architettura, um núcleo milanês de reconstrução racionalista e, ainda nesse aspecto, participa do Primeiro Encontro Nacional para a Reconstrução em Milão, cujo objetivo era chamar a atenção da opinião pública e promover a reconstrução física e moral do país. No mesmo ano, em 1945, ao lado de Pagani, mais uma vez, e Bruno Zevi, funda a revista  ‘A’ Attualità, Architettura, Abitazione, Arte, que era editada em Milão. 

Em 1946, Lina Bo retorna a Roma e casa-se com Pietro Maria Bardi. Agora, a arquiteta viaja à América do Sul, e o casal é recebido no Brasil, no Rio de Janeiro, no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Nessa oportunidade, Lina conhece arquitetos como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Rocha Miranda e Burle Marx.

No ano seguinte, Lina Bo Bardi é convidada pelo empresário e mecenas Assis Chateaubriand para realizar o projeto do primeiro museu moderno no Brasil. Em 1947, é fundado o Museu de Arte de São Paulo (MASP), ainda na rua 7 de Abril, com o marido de Lina, Pietro, como diretor do museu. O projeto do MASP como conhecemos, na forma do imponente prédio da Avenida Paulista, foi inaugurado em 1968. O projeto de arquitetura do MASP foi o primeiro em que Lina começou a trabalhar no Brasil e foi o responsável por fazer crescer nela o amor pela cidade de São Paulo, que adotou como lar — o que mais tarde, em 1951, culminaria na sua naturalização brasileira.

“Quando a gente nasce, não escolhe nada, nasce por acaso. Eu não nasci aqui, escolhi este lugar para viver. Por isso, o Brasil é meu país duas vezes, é minha ‘Pátria de Escolha’, e eu me sinto cidadã de todas as cidades, desde o Cariri, ao Triângulo Mineiro, às cidades do interior e às da fronteira.” — Lina

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Cavaletes de vidro do MASP, projetados por Lina Bo Bardi. Foto: Arcoweb

No país, Lina Bo Bardi atuou como acadêmica na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e da Universidade da Bahia, fundando, no ano de 1950, a famosa revista Habitat Revista das Artes no Brasil, que dirigiu até a edição 15 (com exceção das edições 10 a 13). 

Além do MASP, talvez seu maior projeto no Brasil, Lina Bo Bardi contribuiu muito com a arquitetura nacional. Dentre seus projetos mais icônicos estão a Igreja Divino Espírito Santo do Cerrado (1976), em Uberlândia; a Casa do Chame-Chame (1964) e a recuperação do Solar do Unhão (1963), que abriga o Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador; e o SESC Pompeia (1977), o Teatro Oficina (1990) e a Casa de Vidro (1951), residência de Lina Bo Bardi, onde a arquiteta morreria em 1992.

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Casa de Vidro, que hoje abriga o Instituto Lina Bo e P. M. Bardi

O Habitat de Lina Bo Bardi

Inspirado no nome da revista de arquitetura que Lina construiu no Brasil, a exposição Lina Bo Bardi: Habitat é organizada em três eixos: “O habitat de Lina”, “Repensando o museu” e “Da Casa de Vidro à Cabana”, explorando as facetas da arquiteta na forma de seus projetos arquitetônicos, mobiliários e suas atividades editoriais, bem como aquilo que desenvolveu no meio acadêmico e pedagógico, expográfico e de curadoria para museus e centros culturais pelo Brasil.

A exposição realmente nos faz mergulhar e — tentar — desvendar essa mente genial que era tão brasileira quanto italiana. 

Antes de adentrar no habitat de Lina, um corredor conta a história da construção do MASP e apresenta como a artista realmente cuidou de cada pequeno detalhe para tornar o museu a referência que ele é hoje. Não somente no que diz respeito a questões estruturais e arquitetônicas, como também toda a preocupação em como as obras seriam apresentadas ao público e todo o entorno do museu — seus planos para um MASP mais lúdico e vivo são incríveis!

Quer você entenda ou não de arquitetura, a exposição é um prato cheio para quem aprecia história e arte, e vai fazer você se apaixonar pela mulher e grande mente por trás do MASP, uma das mais importantes construções e instituições do nosso país.

Junto ao lançamento da exposição, também foi lançado um catálogo de 272 páginas, que permite que você leve um pouquinho de Lina Bo Bardi para casa — trazendo muitas de suas ilustrações, ensaios acadêmicos, materiais de arquivo e traduções de seus escritos.

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Pietro Maria Bardi e Lina Bo Bardi, 1991. Foto: Marcelo Ferraz

Lina Bo Bardi: Habitat fica em cartaz no MASP até o dia 28 de julho de 2019.

Serviço:

Lina Bo Bardi: Habitat
Museu de arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista, 1578 — São Paulo / SP
De quarta a domingo, das 10h às 18h.
Nas terças-feiras, o Museu abre as portas gratuitamente, das 10h às 20h.
Os ingressos custam R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia entrada para estudantes, professores, idosos e PNE + acompanhante). Crianças de até 11 anos não pagam entrada.
Você pode comprar as entradas pelo site do museu ou na bilheteria do local. 

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