Balkrishna Doshi: conheça o vencedor do Prêmio Pritzker 2018

Balkrishna Doshi é o vencedor do 45º Prêmio Pritzker, a premiação mais importante da arquitetura mundial. Em atividade há mais de 70 anos, Doshi é um dos mais influentes arquitetos do século XX e o primeiro indiano a receber tal distinção. Conheça a sua história e trajetória!

Nascido em 1927, na cidade indiana de Pune, Balkrishna Vithaldas Doshi estudou arquitetura na J. J. School of Architecture, em Mumbai, mas consagrou-se na Europa. Na França, trabalhou ao lado do mestre Le Corbusier, entre os anos de 1951 e 1954, voltando para a Índia posteriormente para supervisionar projetos de Le Corbusier nas cidades de Chandigarh e Ahmedabad – entre eles, a Associação de Proprietários de Moinhos (1954) e a Casa Shodhan (1956).

No ano de 1955, fundou o escritório de arquitetura Vastu-Shilpa e nos anos seguintes trabalhou com Louis Kahn e Anant Raje no projeto do campus do Institute of Management em Ahmedabad. Doshi também foi membro da Graham Foundation for Advanced Studies in the Fine Arts, em 1958, antes de começar a School of Architecture (S.A.), em 1962, dando início à sua vida acadêmica.

Em sua carreira pela educação, foi diretor fundador da School of Architecture (1962–72), diretor fundador da School of Planning (1972–79), reitor fundador do Centre for Environmental Planning and Technology (1972–81), membro fundador do Visual Arts Centre e diretor fundador da Kanoria Centre for Arts.

Sua carreira acadêmica está intrinsecamente conectada ao seu trabalho. O interesse de Doshi por design ambiental tornou possível a criação, em 1978, do Vastu-Shilpa Foundation for Studies and Research in Environmental Design, instituto pioneiro em projetos de habitações de baixo custo e planejamento urbano, unindo esses conceitos à sustentabilidade e inovação.

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Life Insurance Corporation Housing (1973)

Esse impacto do seu trabalho foi, inclusive, mencionado no discurso do júri que entregou o Pritzker: “[Doshi] tocou vidas de todas as classes socioeconômicas em um amplo espectro de programas desde a década de 1950”.

Dono de uma arquitetura poética e funcional, Doshi demonstra em seu trabalho extrema sensibilidade e muitas influências orientais, além dos ensinamentos de seus mestres. Suas construções carregam certo regionalismo e são marcadas por formas esculturais em concreto e tijolo – um bom exemplo é a obra Sangath, na qual as curvas das abóbadas conversam com o jardim e com os demais espaços externos, representando a conexão entre a natureza e o indivíduo.

“Minhas obras são uma extensão da minha vida, filosofia e sonhos tentando criar o tesouro do espírito arquitetônico. Eu devo esse prêmio de prestígio ao meu guru, Le Corbusier. Seus ensinamentos me levaram a questionar a identidade e me obrigaram a descobrir uma nova expressão contemporânea regionalmente aceitável para um habitat holístico sustentável.”

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Sangath (1981)

A experimentação também está presente em sua carreira, como é o caso da Amdavad ni Gufa, uma galeria de arte com abóbadas revestidas de mosaico, em uma estrutura semelhante à de seu estúdio Sangath. A construção da galeria é muito interesse, pois lembra uma caverna e exibe as artes de Maqbool Fida Husain, quase como se fossem pinturas rupestres. As esculturas de metal são dispostas de forma irregular nas colunas, dando um aspecto orgânico ao espaço.

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Amdavad ni Gufa (1995)

Doshi e seu escritório já desenvolveram mais de 100 projetos arquitetônicos, sempre levando em conta os conceitos sociais e de arquitetura sustentável, como o próprio júri do prêmio apontou:

“Ao longo dos anos, Balkrishna Doshi sempre criou uma arquitetura sóbria, jamais extravagante ou em busca de tendências. Com um profundo senso de responsabilidade e um desejo de contribuir com seu país e seu povo, através de uma arquitetura autêntica de alta qualidade, realizou projetos para administrações e serviços públicos, instituições educacionais, culturais e residências para clientes particulares, entre outros”.

Aos 90 anos do arquiteto, a premiação de Doshi é mais do que merecida. Seu trabalho revolucionou não só a arquitetura indiana, mas mundial. Além de ser um Prêmio Pritzker, Balkrishna Doshi também é membro da Royal Institute of British Architects e do Indian Institute of Architects, condecorado com a medalha Padma Shri, que recebeu do Governo da Índia.

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